26 de outubro de 2012

Caramba! Você faz uso desta expressão?


CARAMBA não só é uma palavra chula, de baixo calão e pejorativa, como também uma exaltação a um demônio cantado na Bahia e nos terreiros: cara, caramba e caraô, inclusive esta é parte da letra da música: “Sou Camaleão”, da banda Chiclete com Banana. A palavra veio ao português através do espanhol, onde entrou pelo sânscrito através da língua indiana marata (karamba).

O Sânscrito é uma língua da Índia com uso litúrgico no Hinduísmo, Budismo, Jainismo. O sânscrito faz parte do conjunto das 23 línguas oficiais da Índia. Com relação à sua origem, a língua sânscrita é uma das línguas indo-europeias, pertencendo, portanto, ao mesmo tronco linguístico de grande parte dos idiomas falados na Europa. É uma das línguas mais antigas da família Indo-Européia. Sua posição nas culturas do sul e sudeste asiático é comparável ao latim e o grego na Europa e foi uma proto-língua, pois influenciou diversas outras línguas modernas. A língua marata ou marati também é indiana, só que esta é falada principalmente em Maharashtra, por aproximadamente 90 milhões de pessoas. Pertence ao grupo de línguas indo-arianas, subgrupo das línguas indo-iranianas.

Em sânscrito e em marata a palavra era o nome de uma fruta e também o nome do órgão copulador masculino, da mesma forma que no Brasil usa-se mandioca para o órgão, os indianos usavam karamba. Possivelmente a palavra entrou no espanhol pelas Filipinas, que eram colônias da Espanha. Os espanhóis também começaram a utilizar a palavra como interjeição, como eufemismo para “carajo”, que é o órgão copulador masculino.

Caramba é a forma mais sofisticada de “caralho”, que foi introduzida originalmente pelo espanhol “carajo”. Diz-se dos mais altos mastros das caravelas. Os portugueses chamavam esses mastros de “caralho”. Por serem mastros grandes, alguns portugueses começaram a fazer comparações do tipo “o meu é tão grande quanto um caralho”, e desse jeito, a palavra acabou por perder seu sentido original.

Atualmente se usa também “caraça”, evitando o termo agressivo original. São evoluções naturais nas formas de se comunicar. Os espanhóis eram pródigos em usar vocabulário chulo e o hábito foi intensificado no Brasil por Carlota Joaquina, que teve uma amostra de seu linguajar divulgada pelo seriado da Globo, falando da colonização do Brasil.


No site http://www.teiaportuguesa.com/origemdaspalavras.htm
 diz que a palavra, de acordo com o Dicionário da Real Academia Espanhola, é uma interjeição de origem espanhola, um eufemismo de "carajo" que apareceu pela primeira vez impressa em português no Grande Diccionario Portuguez ou Thesouro da Lingua Portugueza. 5 vols (v. 1 - 1871; v. 2, 3, e 4 - 1873; v. 5 - 1874) de Frei Domingos Vieira. Porto, 1871-1874.

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